na natureza selvagem

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Cotidiano

ora de foco desfoca o importante
poeta rimante, amante do bem,
anda sem fé no sufoco, escreve as linhas no trem,
o trilho desloca, o trem se embolota nas idéias do já!

Estação vem, vem sé, vem belém,
acaba inspiração folha ainda tem,
revolta do homem do sábio menino,
do céu faz rabisco e do chão aventura,
imagina linha por linha, os mapas das ruas,
conhece cada esquina como corpo de menina levada e tal,
Conhece as ruas do bairro da zona e da capital.
*Muda o foco pensa na mina,
deusa rainha que está no lar,
vem dia passa noite, ouve no radio musica popular
conhece a pequena numa noite serena bebendo no bar,
chama pra sair, sonhecer divertir, mais pra frente casar

*Troca de rumo soturno passarinho que insiste cantar,
faz zumzum ali faz zum zum aqui e tambem acolá.
leva palha pro ninho, aquecendo o filho que está a chorar,
pia pia faz barulho, pia molha loça seca e volta a sonhar

esquece tornera aberta, a cozinha encharca e mãe vai brigar
a conta ja veio absurdo a pagar, pelo sonho da menina que insiste em sonhar.
chega em casa pai reclama, mãe acalma com café a coar.

das historia acima e cotidiano que se tem a contar
do amor do vandalo a menina do lar.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Cronicas de um graffiteiro noturno #3

viajo entre palavras e teoremas
quando minhas tintas viram cobras peçonhentas,
destruindo tudo que o mal insiste em criar
são como dragões a voar, de uma prisão comprimida
onde estico suas escamas floridas, o fogo do laranja
queima o amarelo, o verde transcreve entre os ventos dispersos
tomando forma e atingindo os sentidos, já nos últimos espirros da lata,
amasso. esperando resto de vida, aproveitando cada pingo em cada batida
sinto fluir o fim, dentro dela pra fora de mim, as ideias não param
a tinta acabou, rasgo a carne, pra pintar de vermelho o amor,
me deparo a um espelho quebrado ao chão, são como pétalas de rosa escorrendo pelas mãos
um cachorro me observa, enxerga oque o homem não vê, ele não vê cores, mais pode prever,
que o fim dessa será um canil de imaginação, assim que termino o dragão, ele uiva provando pra noite escura
que a vida não e nula ali, como um agradecimento, sorri...

Meu novo amigo me segue, me protegendo de todo o mal, aliado sem igual
como um indio racional que espera pelo fim, sabe que ele o encontrará mais mesmo assim
vai de peito aberto, sabendo que o destino e mais esperto, não dá pra fugir
antes aceitar e partir, que viver sem sentido na vida

o cachorro uivou outra vez como quem sabe que está pra acontecer,
chama minha atenção no meio do breu da madruga olhos sombrios vindo em minha direcção,
na sombra da parede, o cachorro tem assas como um arcanjo, sempre soube que todo cão é um anjo
protetor dos mendigos e homens vazios, os anjos guiam, sendo a única família que o homem já possuiu,
aqueles olhos, se aproximam mais, eu assustado dou dois passos pra trás e ele avança no escuro
vejo aquilo como um absurdo, um mal conhecido meu, sumiu no breu da escuridão
derrepente um clarão, nos olhos do amigo eu vi o calor do dragão que acabei de desenhar,
seu pelo como escamas de fogo brilhar,
senti a presença de algo tão bom, e fui caminhando sentido a uma única direcção.

Acordei na estação de trem, grato aquele cão
mais uma historia, dos grafites da minha imaginação.